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Historia de Rondonópolis

          A história desta moderna cidade, localizada às margens do rio Vermelho, na parte sudeste do Estado de Mato Grosso, remonta ao final do século XIX, ou melhor, a partir da presença imemorial dos índios Bororo, das várias expedições explorató- rias organizadas para se conhecer e descobrir as riquezas dessas terras da região central do Brasil, do estabelecimento de um destacamento militar em Ponte de Pedra (1875) e da construção das linhas telegráficas em direção ao Amazonas pela Comissão Construtora das Linhas Telegráficas Gomes Carneiro, sob o comando do primeiro-tenente Cândido Rondon. A história do povoado que emergiria na região do Rio Vermelho está articulada com os sucessivos projetos de integra- ção do território brasileiro.

          A partir de 1902, as terras ocupadas pelos índios Bororos iriam receber famílias procedentes de Goiás, de Cuiabá e outras regiões do Estado em busca de terras e riquezas, que se fixariam naquele lugar. Esse povoado seria oficializado pelo Decreto-Lei nº 395, assinado pelo então presidente de Estado do Mato Grosso, Joaquim da Costa Marques e que estabeleceria uma reserva de dois mil hectares para a povoação de Rio Vermelho.

          Em 1920, alterou-se o nome do povoado para Rondonópolis, quando foi elevado à condição de distrito de Santo Antônio de Leverger e em comarca de Cuiabá. Esta era uma homenagem em vida feita ao marechal Rondon pelo major e deputado estadual Otávio Pitaluga.

        No final dos anos de 1920 e ao longo da década de 1930, uma combinação desastrosa de fatores, como a insalubridade provocada pelas enchentes e epidemias, carência de atendimento médico e de medicamentos, dificuldades para a compra de mercadorias de primeira necessidade, desentendimentos entre os próprios moradores, além dos garimpos de diamantes abertos na região de Poxoréu (1924), provocou um processo de despovoamento da localidade. Por esta razão, ela viria a ser distrito da vizinha Poxoréu, recém emancipada em 1938.

          Diferentemente de Poxoréu, que se apresentava como atrativa e promissora aos olhos dos forasteiros, Rondonópolis, nesse período via-se ameaçada de desaparecer em meio ao cerrado mato-grossense e transformar-se num distrito fantasma. Neste lugar existiam apenas seis famílias, um posto telegráfico e uma balsa que fazia a travessia do Rio Vermelho de uma margem a outra, transportando gente, mercadorias e animais.

          A partir dos anos de 1940, Rondonópolis começou a vislumbrar possibilidade de crescimento. O mote deste projeto seria a abertura de estradas e a criação de políticas de colonização.

       Em 1947, essa retomada do crescimento tornou-se realidade com a política de colonização implantada pelo governador do Estado, Arnaldo Estevão de Figueiredo. O processo de industrialização brasileiro no Sudeste precisava da integração promovida pela “Marcha do Oeste” e seus desdobramentos. Neste cenário, Rondonópolis emergiria, ao lado de outras cidades, como uma nova fronteira agrícola, fornecedora de matéria-prima para uma indústria crescente e diversificada do eixo Rio de Janeiro - São Paulo.

Depois de 1947, reacendeu entre os moradores o desejo de que Rondonópolis conseguisse sua emancipação política, uma proposta que já estava assegurada na Constituição do Estado de Mato Grosso à época. Por meio do projeto do deputado João Marinho, representante da União Democrática Nacional (UDN), apresentado na Assembleia Legislativa e que contava com os esforços também da bancada de oposi- ção, tendo entre seus nomes Rachid Mamede, do Partido Social Democrata (PSD), a população viu Rondonópolis emancipar-se de Poxoréu em 10 de dezembro de 1953. Nessa época Rondonópolis contava com uma população de 2.888 habitantes, boa parte vivendo na área rural.               Nos finais de semana, os sitiantes e agricultores da região se encontravam na praça dos Carreiros para fazer as compras nos armazéns e casas comerciais, de propriedade de migrantes nacionais e estrangeiros e colocar a “prosa” em dia no Bar Vitória.

          A cidade em pouco tempo foi se desenvolvendo com a criação e funcionamento da Câmara Municipal (1955), durante a gestão do primeiro prefeito eleito, Daniel Martins de Moura (1955-1959), e as obras da administração de Luthero Lopes (1959-1962), sendo elas a abertura de novas ruas e avenidas como a Dom Pedro II, a Fernando Correa da Costa e Treze de Maio, o desenho da Praça Brasil, a inauguração do estádio de futebol, a instalação da primeira usina elétrica no rio Ponte de Pedra e a criação da Comarca de Rondonópolis (1959).

Com o estabelecimento da comarca, a cidade passou a ter Fórum e Cartório de Registro de Imóveis, o que significou a autonomia do município para resolver todos os assuntos administrativos locais de sua competência. Na década de 1970, em pleno contexto da ditadura militar, houve em Rondonópolis um rápido processo de modernização do campo, fenômeno sem precedentes na história da região Centro-Oeste. O advento do Programa de Desenvolvimento da Região Centro-Oeste (PRODOESTE), criado em 1971, teve papel significativo no desenvolvimento da agropecuária e dos empreendimentos comerciais e industriais vinculados a ele no município.

          No caso de Mato Grosso, o PRODOESTE era uma forma de resolver os velhos problemas de transportes, armazenagens e saneamento que travavam e encareciam o escoamento da produção do Estado. As obras desse programa alavancaram e dinamizaram a economia da região de Rondonópolis e do Estado de Mato Grosso.

          Já nos anos de 1980 e 1990, Rondonópolis passou a ocupar lugar de destaque na economia mato-grossense em virtude da produção de soja e dos investimentos decorrentes dessa cultura. O município assumiu a posição de segundo lugar no Estado como potência produtiva e terceiro lugar em população e área urbana. A cidade possui três distritos industriais municipais e dois particulares.

               De acordo com Tesoro (1993) a posição estratégica de Rondonópolis - localizado no entroncamento de duas rodovias federais, a BR 163 e a BR 364, que ligam as regiões Norte e Sul do País - tem contribuído para seu desempenho econômico. A cidade possui três distritos industriais municipais e dois particulares. A taxa média de crescimento real do município, segundo os dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao longo da década de 2000 foi superior ao observado na economia de Mato Grosso.

Câmara Municipal de Rondonópolis
Construção do Estádio Luthero Lopes
Estádio Engº Luthero Lopes
Estádio Luthero Lopes
Praça Brasil
Praça Brasil
Colheita de Soja
Prefeitura de Rondonópolis
Rondonópolis a noite
Rondonópolis

Fonte: ACIR

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